sábado, 20 de novembro de 2010

Maxixe - A nova e subversiva dança gaúcha

Maxixe - A Nova e Subversiva dança gaúcha

Quando o Movimento Tradicionalista Gaúcho fechou o cerco sobre a Tchê Music no começo do século, nem imaginava que dentro de seu próprio cafofo surgiria uma das mais belas histórias que a cultura popular nos premiou nos últimos tempos. Trata-se do maxixe, a mais nova dança surgida das periferias de Porto Alegre e que prova que a cultura não obedece leis e desconhece proibições.

Para contar essa história temos que voltar no tempo até a década de 90, quando o grupo Tchê Barbaridade começou a inserir uma batida mais acelerada, inspirada no axé baiano, em sua sonoridade. Aos poucos, as letras que até então falavam em sua maioria da terra, da revolução e do orgulho de ser gaúcho, passaram a adotar uma temática mais jovem e urbana. O sucesso inspirou outros grupos, como Tchê Guri e Tchê Garotos a seguirem esse viés.

A consolidação do movimento se deu na virada do século quando o principal jornal impresso do sul do país, a Zero Hora, lançou na sua edição dominical uma coletânea intitulada Tchê Music que fez um sucesso estrontoso, atingindo a marca de 120.000 cópias vendidas já nas três primeiras semanas. O êxito irritou os tradicionalistas e deu inicio a uma longa guerra que culminou com a proibição das bandas de usarem bombachas e demais indumentárias gaúchas e com o fim das apresentações em Centros de Tradiçào Gaúchas (CTGs), controlados a mão de ferro pelo MTG.

O embate entre os artistas da Tchê Music e os Tradicionalistas que comandam os CTGs já foi abordado superficialmente em minha segunda coluna no Bis MTV e merece um artigo mais aprofundado, que com certeza ainda será escrito. Para a contextualização do Maxixe no entanto, este breve introdução já é suficiente.

A gênese do maxixe é mais um caso pra lá de curioso e que comprova que a Africa vingou a escravidão através da música. Enquanto o vanerão seguia subjugado pelo arreio dos Tradicionalistas, a dança permanecia quadrada e não atraía a parcela negra da população porto-alegrense. Com a inclusão de elementos do axé e do pagode no som da Tchê Music, os negros passaram a descer o morro e frequentar os CTGs. E foram apenas dois negrinhos vileiros, apelidados de Faísca & Fumaça, que deram inicio ao calvário dos patrões cetegistas.

Como não sabiam dançar o dois pra lá dois pra cá do retangular vanerão ortodoxo, começaram a rebolar e adaptar o seu samba no pé ao som da sanfona. As pessoas mais próximas achavam aquilo muito engraçado e aos poucos começaram a imitar. Como chacoalhar o esqueleto era muito mais divertido do que tentar inutilmente ensinar Faísca & Fumaça a dançarem durões, a moda começou a se espalhar e os dançarinos da nova dança, que a principio era apenas alguns, passaram a ser dezenas, depois centenas e os problemas começaram a aparecer.

Naturalmente que os arautos da tradição campeira e dos valores da familia gaúcha não permiritiam tamanho deprave dentro de seu respeitoso estabelecimento cultural. Os seguranças começaram a receber ordens para expulsar sumariamente a bagaceiragem que insistisse naquela dança obcena. Foram criados Comitês de Observação, que inicialmente faziam uma advertência verbal e no caso de reincidência, olho da rua.

Aqui nos adentramos num surrealismo nonsense capaz de envergonhar Bob Esponja e seu amigo Patrick. Proibir a Banda Vaneira de tocar em um ambiente cuja função é preservar uma tradição específica e antiquada é algo questionável, mas compreensível. Proibir por decreto que artistas usem determinadas vestimentas em suas apresentações é algo ridículo. Agora proibir que se dance de certa maneira é uma absurdidade de proporções caralhosféricas.

Chega a ser cômico só de se imitar os apuros que passaram os pobres coitados dos empregados que calharam de pegarem esse rabo de foguete que deve ter sido tranbalhar nos tais Comitês de Observação. O rosto estático, os olhos movimentando-se de um lado a outro em busca dos transgressores subversivos.

- Olha lá! Olha lá! Pega aqueles dois! Não, não, não! Lá tem mais, vai nos dois que eu pegos outros. E aquelas quatro gurias lá? Ah meu deus, isso não vao dar dar certo... Alô? Patrão? Manda o cheque pelo correio que eu prefiro eu prefiro ser cafetão de puta de BR.

Brincadeiras à parte, não raro os barracos acabavam na delegacia de polícia, com um lado alegando desrespeitos às normas de uma intituição sério e o outro alegando racismo.

Como tudo o que é proibido é mais gostoso, a noticia de que uma dança proibida estava sendo praticada nos CTGs começou a chamar a atenção da juventude e a nova mania começou a se espalhar como fogo em mato seco, chamando a atenção do jornalista Marcelo Machado da RBS que passou a acompanhar o desenrolar dos fatos mais de perto e publicar textos sobre o tema em sua coluna na Zero Hora. Como o jornalismo precisa de rótulos da mesma forma que um brigadiano precisa de suborno, a dança recebeu o nome de maxixe e seus patricante passaram a ser chamados maxixeiros.

Como a juventude urbana costuma andar em bandos não tardou para que pipocassem as tribos maxixeiras pelas periferias da capital gaúcha. Tendo em vista a organização da cena emergente, Paulinho Bombassaro criou o Clube do Maxixe, localizado no Clube Farrapos, onde todos os domingos à tarde são ministrados cursos de dança e à noite a bailanta come solta.

Atualmente a exitem diversos grupos organizados, como nomes diversos como: A.M.P (Amigos maxixeiros de Plantão), Bonde dos Maxixeiros, DN -Danadas Maxixeiras, Tradição Maxixeira, SWAT - Elite Maxixeira e os pioneiros da Patrulha Maxixeira, o primeiro a se organizar e hoje um dos maiores e mais ativos. Segundo Soraia Ramos, uma das coordenadoras do grupo, hoje a Patrulha que começou quase como uma brincadeira entre e amigos e agora já age num esquema quase profissional, participando em gravações de DVDs, aberturas de shows como Calcinha Preta e Banda Calypso.

Enquanto isso os tradicionalistas dogmáticos ladram, mas a caravana não para. Como a cultura é uma entidade viva e em plena evolução, aquele rebolado de Faísca & Fumaça acabou dando origem a uma revolução que aos poucos vai mudando os rumos da música gaúcha. Afinal de contas, com o aumento da quantidade de maxixeiros, acaba surgindo uma demanda que acaba forçando os artistas e bandas a criarem músicas que possam ser dançadas por eles, num círculo virtuoso que prova mais uma vez que a capacidade criativa musical do povo brasileiro é como uma égua chucra que não tem relho que dome. Mas aigalhetchêporquera, seu!

por Timpin

Timoteo "Timpin" Pinto fala de ritmos populares de uma maneira sem preconceitos e com o respeito que eles merecem, tanto aqui quanto em seu blog

Mais Tudo Junto & Misturado

A ignorância anda a cavalo e não é cowboy
Marketing Esquema Novo
Wagner Pekois, Tchê Garotos e o humor como possibilidade de salvação da humanidade
Chimbinha & a música eletrônica amazônica
A nova geração pop pantaneira de Campo Grande
A invasão pop caliente do Capim Cubano
Som de preto, de favelado, e quando toca, é criminalizado
O pop, a postura e o pagode do Jeito Moleque
João Bosco & Vinicius: onde faltam rótulos, sobram hits
O caldeirão do axé esquenta cabeças e micaretas
Os Inimigos da HP e o sonho de Walter Benjamin
A salvação da produção musical vem da selva
Pirataria legal
Stefhany: muito além dos virais e dos gaviões
Fantasmão toca Kuduro. Vai encarar?
Mas Bah Tchê! Isso não é coisa de gaúcho!
Tudo Junto & Misturado
Forró do Muído: pé de serra para o século XXI
A mistura pantaneira que pega mais a cada dia
DJ Maluco, Aladin e o mistério do disco que vazou
O céu e o inferno de Victor & Leo

sábado, 6 de novembro de 2010

O QUE FAZER PARA DANÇAR?

1ºvocê deve achar um lugar ou uma pessoa que ensine a dançar o estilo que você procura
2ºvocê deve se inscrever neste lugar
3ºvocê deve achar um(a)parceiro(a) de dança para ensaiar com você
4ºvocê deve dedicar todo seu tempo livre para a dança
5ºvocê deve sair para lugares onde tenha mais pessoas que dançem esse estilo e tentar "ROUBAR" passos para você eclementar sua dança
6ºprocurar entrar num grupo de dança pois assim você pode aprender mais
7ºnunca pese que você sabe tudo sobre seu estilo de dança pois sempre avera algo novo para aprender
8ºse depois de tudom isso você ainda n conseguiu dançar troque de estilo até acha um certo pra você..................

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AULA DE MAXIXE GRATUITA ONDE ENCONTRAR?

Bom aqui no bairro da Mathias Velho à gratuitamente aulas de danças hem diversos lugares.
Um Deles é a ESCOLA ABERTA Da escola TEREZA FRANCISCUTTI Aonde estão disponiveis aulas de:Pagode,maxixe etc...que acontecese sabados e domingos das 14:00 as 17:00 horas
a escola THIAGO WURT disponbiliza aulas de maxixe pelo projeto PELC que acontece segunda e quartas feiras da 17:00 as 18:00 horas
no entanto esses lugares não cobram pelas aulas e alem de aulas de dança disponibilizam alem de dança outras atividades